quinta-feira, 18 de abril de 2013

Crítica ao Facebook


Tenho um perfil no Facebook há quatro meses. Pensei muito antes de criá-lo, não gosto de pertencer às "tendências", por isso evitei até o último momento. Entretanto, em função da necessidade de "fazer parte das coisas", aderi ao esquema.
Pra minha surpresa acabei descobrindo que o pior não é o Facebook em si, mas o uso que os facebooquianos fazem dele. De um modo geral as pessoas procuram se tornar populares a qualquer custo e como a internet é um ambiente rápido e de entretenimento (em oposição à reflexão), publicar uma foto é mais midiático do que publicar uma ideia. O problema é que tem gente que leva isto às últimas consequências.
Nestes poucos meses, vi de tudo. Sem querer pessoalizar a crítica, vi pessoas – belas mulheres e belos rapazes – que se vestiam com boas roupas e iam a festas, e que, no outro dia, postavam fotos com dizeres “eu e fulano de tal em Hollywood”, como se fossem verdadeiras estrelas. Vi pessoas, aparentemente normais, que depois de comprarem um carro ou uma moto, ou mesmo pessoas que fizeram viagens de turismo a lugares badalados, que, em função de terem conquistado este prazer, de terem atingido este status, se sentiram superiores ou melhores (ou sei lá como) e, por necessidade de aparecer ou por modismo mesmo, publicaram fotos com os dizeres “eu e o meu automóvel” ou “eu em minhas férias inesquecíveis”. Vi pessoas que, na ânsia de se tornarem notícia, publicaram fotos repetidas, onde apareciam fazendo uma careta ou algo bizarro. Vi, também, (acreditem!), um senhor que celebrou o funeral de seu cachorro de estimação publicando fotos do pobre coitado, como se ele fosse gente. Nunca imaginei que a criatividade humana pudesse ser tão mal usada!
"Os homens nascem, comem e morrem, mas só a história pode informar-nos sobre as suas guerras e seus impérios; eles são cruéis e banais, nem totalmente bons, nem totalmente maus; mas a história nos dirá se, numa determinada época, preferiram ter maior lucro por um tempo mais dilatado a se aposentarem depois de terem feito fortuna, e como percebiam e classificavam as cores" (Paul Veyne, In: Como se Escreve a História. Brasília, 1998, Editora: UnB, pág. 19). 

2 comentários:

  1. O Facebook é uma questão existencial para nós, mas para o seu dono, que é milionário, não passa de um número $$$

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