Basta acessar o Facebook – o mundo acontece lá dentro. A
cada piscar de olhos há uma nova notícia, uma nova foto, um novo status de
relacionamento. As pessoas publicam suas vidas na rede, passam três, cinco,
vinte e quatro horas on-line, na expectativa de que alguma coisa aconteça, deixam de lado a leitura de um livro, um almoço em família, uma conversa com o
vizinho, deixam de lado o melhor de si mesmas, e o que sobra, um restinho de
nada, elas utilizam no mundo prático – nas escolas, no emprego, na vida.
O resultado é a mediocridade cotidiana, a falta de assunto,
o consumismo, a degradação ambiental, a idiotice, o funk ostentação, Justin
Bieber, sertanejo universitário, Faustão, François Hollande, pornografia, Mc
Donalds, vazio existencial, doenças sexualmente transmissíveis, acidentes de
trânsito, raiva, muita raiva.
E enquanto a gente (a coletividade) perde com isso, o dono
do Facebook e toda a rede de marketing e de mídia relacionada, ganha. Afinal,
tempo é dinheiro.
“O espetáculo é, materialmente, a expressão da separação e
do afastamento entre o homem e o homem” (p.135).
[DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Editora:
eBooksBrasil, 2003]