O cartunista norte-americano Scott
Adams, inspirado nos anos em que trabalhou na Pacific
Bell, empresa provedora de serviços telefônicos, criou a série de
tirinhas Dilbert. Com humor inteligente e crítica, o autor aborda a
relação entre patrão e empregado, revelando os absurdos do mundo corporativo.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Amor Idealizado
A idéia de uma princesa ou príncipe encantado
habita o imaginário do homem de todos os tempos. O tema existe na Bíblia,
na mitologia grega, na literatura renascentista, e parece ser inesgotável,
parece ser o mais interessante, o que as pessoas mais gostam; se debate o amor
muito mais do que se debate política. Seria o coração o motor da humanidade?
O anúncio abaixo, de página inteira, foi
publicado em jornais e revistas de circulação nacional.
À Procura de Paula
Eu e você, no
Terraço Itália, 7 de julho de 1994, São Paulo.
Eu, europeu, estava
passando alguns dias no Brasil.
Você brasileira,
estava promovendo uma marca de whisky.
Eu e você, no dia
seguinte,
passamos algumas
horas no Parque do Ibirapuera.
Eu, 23 anos.
Você, 18.
Você me deu seu
telefone.
Eu, infelizmente,
perdi.
Eu, só após 4 longos
anos, pude fazer este anúncio.
Você, mande sua
foto
dizendo o nome do
hotel em que me hospedei,
para Caixa Postal
12986, CEP 04010-970 – São Paulo – SP.
O autor do anúncio, um empresário suíço chamado Frank,
procurou, desta forma, tentar recuperar uma história de amor marcada pelo
desencontro.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Sociedade Partida
No
topo da pirâmide o sistema capitalista possui banqueiros, empresários e
governantes que, respectivamente, necessitam, para a sua sobrevivência, de
juros, lucros e impostos.
Quanto maior for esta carga, pior é para o povo, que se encontra na base desta estrutura, na posição mais vulnerável.
Quanto maior for esta carga, pior é para o povo, que se encontra na base desta estrutura, na posição mais vulnerável.
No
jogo de interesses é óbvio que um banqueiro, com capacidade de empréstimos e
financiamentos, vale muito mais do que um
mero cidadão, é óbvio que um empresário, com capacidade de investir e gerar empregos, vale muito mais que um mero
cidadão, quer dizer, depois de eleito o governante não precisa mais do povo,
depois que as coisas se arranjaram e
que o total de votos necessário foi atingido, o sujeito simples, o motorista de
ônibus, o padeiro, o garçom, o Seu Zé, o Seu Chico, a Dona Maria, toda essa
gente comum desaparece, deixa de ser importante, e tudo passa a girar em torno
do bolo – com quem ficará a maior
fatia?
E
o que é pior: quando a população é ignorante e não participa, não procura se
envolver com as decisões do governo, quando o povo pensa que política "é só votar e deu" e que no mundo é "cada um por si e Deus por todos", aí então é que a sociedade vai
por água abaixo. A qualidade da educação piora, a violência aumenta, a
corrupção faz raíz... se o povo não se interessa por si mesmo, os poderosos
muito menos!
Por
isso é que um presidente com visão social
é imprescindível. Só assim, na hora de dividir o bolo, sobrará alguma coisa pra nós, os famintos.
Por
exemplo, numa sociedade onde haja altos índices de desigualdade social, isto é,
onde os ricos sejam bem ricos e os pobres bem pobres, aumentar os impostos sobre
a alimentação básica aprofundará o quadro de miséria, mas um governante sem visão social não pensa nisso, não se
importa com isso, pois, na cabeça de um homem elitizado, o pobre não é mais do
que um vagabundo que, tendo milhares de oportunidades de crescer na vida,
preferiu ser o que é.
O
homem não elitizado pensa o contrário. Este se sensibiliza com a tragédia do
povo e, ao invés de sacrificá-lo ainda mais, reduz os impostos sobre a cesta
básica (açúcar, arroz, feijão, óleo, leite), facilitando a vida do infeliz. E se o governante for esperto, ainda negocia com
o produtor “eu reduzo impostos, você reduz preços e aumenta o salário”. Com dinheiro a mais, o consumo, de um modo geral, aumenta, e a perda, decorrente da
diminuição de impostos, é minimizada pelo crescimento da economia.
Assim,
comem todos. Como diriam os debochados “sempre sobra um restinho”.
Uma música de Chico Buarque, intitulada O Malandro, retrata com bom-humor esta relação de empurra-empurra que existe por detrás dos panos e que, não por coincidência, sempre arrebenta em cima do mais fraco. "Pega ladrão, pega ladrão!"
Uma música de Chico Buarque, intitulada O Malandro, retrata com bom-humor esta relação de empurra-empurra que existe por detrás dos panos e que, não por coincidência, sempre arrebenta em cima do mais fraco. "Pega ladrão, pega ladrão!"
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
O Mundo Visto de Cima
Em 1966 o poeta brasileiro Affonso
Romano de Sant’Anna ao
visitar o Empire State Building, que na época era o maior edifício do
mundo, se encantou com o que viu e, em função da inspiração suscitada, criou um
conjunto de poemas que reproduzirei aqui, juntamente com as fotos do francês Yann
Arthus-Betran que, em sua
busca por um ângulo diferente, retratou minas de carvão, cemitérios e até
viadutos, de cima.
Este edifício, não resta dúvida:
é o mais alto. O mais alto do mundo,
talvez,
o mais alto-talvez do mundo,
o mais alto do mundo-talvez,
este edifício é um concreto talvez,
o mais concreto-talvez do mundo,
o concreto mundo,
o mundo mais
ou menos
talvez,
o tallest do mundo,
o pênis maior do mundo.
Este edifício
o mais edifício,
edifício entre edifícios,
edifício dentro de edifícios,
edificientíssimo.
3.500 milhas de fios telefônicos,
6.500 janelas,
1.860 degraus desde o solo até o 102° andar,
toneladas de aço suficiente para ligar
Baltimore à New York
ida e volta,
um milhão de visitantes por mês,
uma das oito maravilhas do mundo,
- a única construída no século XX,
- neve e chuva podem ser vistas caindo lá de
cima,
a chuva, às vezes, é vermelha.
Este edifício é tão alto
que se vê o Hudson e o East River circulando,
embora não se leia o nome dos cargueiros
nem se saiba o que e quem transportam.
É tão alto
que até o estrangeiro lá de cima se orgulha com
orgulho alheio,
mas não é tão alto que nos possa esconder
dos cogumelos e outros derivados da cozinha
atômica.
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