O metrô de São Paulo comprova isto – gente pulando a
janela, gente se espremendo, gente caindo, gente passando mal, gente sendo
pisoteada – o mais forte vence o mais fraco. É o que Keynes chamava de “espírito
animal”: um impulso espontâneo para a ação. É a famosa frase de Hobbes “o homem
é o lobo do homem”. É a seleção natural de Darwin: o que se adapta mais rápido, vence. É fácil de entender. Um cachorro não mata outro por vaidade, o homem sim;
um pinguim não mata outro por inveja, o homem sim; é matemática!
“- Que é que você acha da guerra?
- Não tem nada de errado com a guerra – respondi.
- Ah é?
- É. Quando você entra num táxi, isso é guerra. Quando você
compra um pão, é guerra. Quando você compra uma puta, é guerra. Às vezes eu
preciso de pão, táxi e puta.
[...]
- Não tem nada de errado com a guerra; ela é uma
extensão
natural da nossa sociedade” (p.132).
[BUKOWSKI, Charles. Numa Fria. Editora L&PMPOCKET,
2013]