Os
protestos transformaram-se em mais protestos. O povo tomou as ruas das
capitais. A indignação, entalada na garganta, foi cuspida na cara.
Os meios
de comunicação, a princípio, noticiaram que os manifestantes protestavam contra
o aumento das passagens, entretanto, a reivindicação, que começou em São Paulo, se espalhou
pelo Brasil, ganhou apoio internacional e, depois de cinco dias, dimensões
revolucionárias. Quarenta mil pessoas nas ruas de Porto Alegre, sessenta mil em
Brasília, cem mil no Rio de Janeiro – era muito mais do que tarifa de
transporte.
Era um
grito! Um grito contra a corrupção, contra a violência urbana, contra a péssima
qualidade do ensino, contra a falta de saúde, contra o excesso de impostos,
contra o aumento do custo de vida, contra o vazio de nós mesmos... um grito
contra tudo e contra todos, um grito contra o medo, um grito pela vontade de
gritar e ser ouvido: “Vocês não têm nada a perder a não ser as suas amarras” (p.65).
No noticiário das oito (20 hs) a revolução era transmitida ao vivo. De um
helicóptero o câmera filmava Brasília, capital nacional da vergonha, antro da
corrupção. Um outro câmera que estava em meio aos revolucionários abriu o
áudio, o povo, sedento, gritava:
- Vamos invadir o Congresso!
[MARX
& ENGELS. In: Manifesto do Partido Comunista. Editora: Avante! Lisboa, 1997,
76 pág.s].
Verás que um filho teu não foge à luta!
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