quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Teoria dos Extremos

Em uma entrevista concedida à televisão brasileira, o Papa Francisco expressou o seu ponto de vista em relação à estrutura de poder que governa a sociedade mundial.
"Tudo gira em torno do dinheiro”, começou ele, “e o que não consegue penetrar neste moinho, acaba sendo arremessado pra fora”. É como se houvesse uma zona de conforto, onde residem alguns, em detrimento de outros. Os que estão de fora seriam os extremos: “gente morre de fome, gente morre de aids, gente morre em guerras, gente morre de frio, mas isto nem sempre é notícia. Em contrapartida, se a bolsa de valores cai três, quatro pontos, a mídia se alarma e os holofotes do mundo se voltam para os centros financeiros”. Seria o dinheiro mais importante do que o homem?
Nas duas pontas, excluídos do “progresso”, estariam os jovens e os idosos. “Na Europa”, exemplifica o Papa, “os índices de desemprego entre a população de até 25 anos são assombrosos. E não acaba aí. No outro extremo, os idosos estão cada vez mais abandonados. Não há uma política pública para a velhice. Enfim, o que não pertence ao centro de poder deste sistema de coisas não tem valor, é descartável. No entanto, o jovem é a revolução, o ímpeto, a utopia; o idoso é o conselho, a sabedoria, o acompanhamento. Se abandonamos os nossos filhos e avós à própria sorte, abandonamos o nosso futuro também. Pois o idoso recebe o ímpeto do jovem e o aconselha, formando o que esta no meio. Se esta formação deixa de acontecer, o que esta no meio desaparece... e a sociedade desaba”.

[Entrevista à Rede Globo de Televisão, exibida no programa Fantástico em 28/07/2013].

Um comentário:

  1. Que mundo queremos? O do Papa Francisco, que se importa com o próximo, sorri e não se cansa de praticar o bem? Ou o mundo da indiferença, governado pelo poder, pelo sucesso, pelo dinheiro e pelo prazer?

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