Em uma
entrevista concedida à televisão brasileira, o Papa Francisco expressou o seu
ponto de vista em relação à estrutura de poder que governa a sociedade mundial.
"Tudo
gira em torno do dinheiro”, começou ele, “e o que não consegue penetrar neste
moinho, acaba sendo arremessado pra fora”. É como se houvesse uma zona de
conforto, onde residem alguns, em detrimento de outros. Os que estão de fora
seriam os extremos: “gente morre de fome, gente morre de aids, gente morre em
guerras, gente morre de frio, mas isto nem sempre é notícia. Em contrapartida,
se a bolsa de valores cai três, quatro pontos, a mídia se alarma e os holofotes
do mundo se voltam para os centros financeiros”. Seria o dinheiro mais
importante do que o homem?
Nas duas
pontas, excluídos do “progresso”, estariam os jovens e os idosos. “Na Europa”,
exemplifica o Papa, “os índices de desemprego entre a população de até 25 anos
são assombrosos. E não acaba aí. No outro extremo, os idosos estão cada vez
mais abandonados. Não há uma política pública para a velhice. Enfim, o que não
pertence ao centro de poder deste sistema de coisas não tem valor, é
descartável. No entanto, o jovem é a revolução, o ímpeto, a utopia; o idoso é o
conselho, a sabedoria, o acompanhamento. Se abandonamos os nossos filhos e avós
à própria sorte, abandonamos o nosso futuro também. Pois o idoso recebe o
ímpeto do jovem e o aconselha, formando o que esta no meio. Se esta formação
deixa de acontecer, o que esta no meio desaparece... e a sociedade desaba”.
[Entrevista
à Rede Globo de Televisão, exibida no programa Fantástico em 28/07/2013].
Que mundo queremos? O do Papa Francisco, que se importa com o próximo, sorri e não se cansa de praticar o bem? Ou o mundo da indiferença, governado pelo poder, pelo sucesso, pelo dinheiro e pelo prazer?
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