Tem gente que fala em pensamento positivo, em esperança, em fé e blábláblá, como se todos os problemas do mundo fossem uma questão
simbólica, que se resolvessem num passe de mágica. Pro inferno!
Agora escuto, na televisão, que pais pagavam para que seus
filhos menores fossem estuprados ao vivo, e me pergunto “basta pensar
positivo?”. Claro que não, é preciso justiça, formação moral, investimento,
humanidade, governo, sociologia, enfim, este tipo de crime não se
resolve por si só, ele é complexo e não está relacionado apenas com a boa ou má
vontade das pessoas.
“Adoro pesquisas. Saiu uma agora, feita pelo Instituto
Gallup Internacional, sobre o índice de otimismo econômico de cada país. A
Nigéria aparece no topo. Tem a população mais otimista do mundo. A turma vive
rindo de nada. E é de rir mesmo. A renda per capita da Nigéria é de 2035
dólares anuais. A França, primeira colocada no ranking do pessimismo, só para
fazer um contraponto, tem renda per capita de 33.679 dólares. A Nigéria é o
oitavo país mais populoso do mundo, com 148 milhões de otimistas. A maior parte
destes otimistas vive na pobreza absoluta. Prova, certamente, de que dinheiro
não traz felicidade. O analfabetismo atinge quase 30 por cento destes seres
dotados de espírito positivo. (Dizer o quê?). Na França, campeã do pessimismo,
a expectativa média de vida chega a 80,7 anos. Já na Nigéria, não chega a 47.
Deve ser um pequeno problema de
amostragem ou metodologia” (p.187-188).
[SILVA, Juremir Machado da. A Orquídea e o Serial
Killer. In: Senso de Humor. Editora L&PMPocket, RJ, 2012]
"Adoro pesquisas. Elas costumam revelar o nosso lado bizarro. Eu sou bizarro. Escondo meu rabo sob a calça" (Juremir Machado da Silva).
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