Vendo e ouvindo e comprando todo este lixo que existe por
aí – Luan Santana, Gabriel Valim, Restart, Gustavo Lima, Michel Teló, Tiaguinho
– a gente se pergunta: onde foi parar a música brasileira? Cantores como Elis
Regina e Ney Matogrosso, compositores como Chico Buarque e Caetano Veloso,
bandas como Mutantes e Novos Baianos, maestros como Tom Jobim e Villa Lobos,
guitarristas como Sergio Dias e Pepeu Gomes, onde estaria toda esta criatividade,
toda esta “marca registrada”, todo este “pedigree”? onde teria se escondido a
música brasileira? A resposta é fácil: dentro do espírito medíocre da massa
consumista.
A mídia inventa um artista, diz que ele é bom, porque sabe
rir, porque parece ser boa pessoa, porque fala sobre baladas, porque faz o “estilo
moderninho”, porque não critica ninguém, enfim, se o cara está de acordo com
tudo, a mídia o apadrinha, e faz dele um rei. Não é preciso saber afinar um
violão, não é preciso ser criativo, não é preciso saber escrever, não é preciso
saber quem foi Jackson do Pandeiro, basta que o sujeito penteie o cabelo de um
modo diferente e pronto, se a mulherada gostar é sucesso.
Mas a verdadeira música brasileira é bem mais do que isso (continua
sendo bem mais do que isso), apesar de não aparecer na televisão e nem figurar
nas paradas de sucesso. Recentemente foram produzidos discos incríveis aqui no
país, de altíssima qualidade. Segundo Joarez Fonseca (crítico musical e colunista),
Antônio Carlos Miguel (blogueiro e membro votante do Gammy Latino) e Carlos
Calado (crítico musical da Folha de São Paulo), figuram entre os grandes discos
de 2013:
[Vinicius Calderoni. Para Abrir os Paladares (disco). Música: Carne e Osso]
[Cacá Machado. Eslavosamba (disco). Música: Sim]
[Marcelo Jeneci. De Graça (disco). Música: O Melhor do Mundo]
[Referência: Jornal Zero Hora. In: Caderno Cultura. Edição: 28 de dezembro de 2013]
"Isso não é mais escolha é uma fratura exposta" (Vinicius Calderoni).
ResponderExcluirSalve a música brasileira!