O matrimônio é uma instituição bíblica e, geralmente,
desdobra-se em uma outra instituição, a família, que, na sociedade, é a
responsável pelo provimento do afeto.
O amor, portanto, deveria ser a base ou o “sentimento
propulsor” do casamento, pois desta relação nasceriam os filhos, depois os
netos, os bisnetos; os irmãos do pai e da mãe se tornariam tios; o pai e a mãe,
com o nascimento dos netos, se tornariam avós, enfim, haveria uma família,
enraizada na sociedade – na política, na religião, no mercado de trabalho -,
formando a sociedade. Quer dizer, se o relacionamento entre o homem e a mulher,
que deu origem à prole, não se fundamentasse no amor, os filhos, os netos e os
bisnetos teriam se desenvolvido com um “déficit de afeto” e, por conseqüência,
a sociedade seria um lugar mais sério e menos carinhoso.
Antigamente era comum a prática do casamento arranjado. “No
Brasil, por exemplo, essas tradições foram implantadas desde os primeiros
tempos coloniais, seguindo as mesmas regras do modelo social português
católico, que regeu os valores e costumes da colônia durante séculos. Embora os
grupos familiares fossem dispersos, a instituição familiar firmou-se no Brasil
tendo como base o casamento, a priori realizado entre grupos de convívio ou
parentelas, para não dispersarem o patrimônio adquirido”.
Em outras palavras, casava-se por dinheiro e por status.
Hoje, felizmente, os tempos são outros. Cresce o número de mães solteiras e de
filhos órfãos; a liberdade sexual e comportamental reduziu drasticamente o
número de matrimônios; já não existe aquela pressão por parte de família,
obrigando à união – os tempos mudaram.
Mudaram na superfície, porque na essência sempre foram
assim: “Contrariando esses ideais, os homens que vieram povoar a colônia
deitavam-se constantemente com as mulheres nativas e negras, comprovando que as
práticas da irracionalidade do instinto se contrapunham à irracionalidade das normas”.
[Artigo de Maria Beatriz Nader, publicado na Revista
História Viva, número 119, em setembro de 2013]
O matrimônio nos dias de hoje soa muito Made in Brasil: "Não vá pensando que eu vou me casar/ Não tenho culpa se você engordou/ Mulher de musico é a música/ E o meu amor é o rock and roll"
ResponderExcluir