O homem julga-se o próprio Deus, não há limites, não há
contentamento, sua alma possui uma sede infinita – ele não busca a paz nem a
igualdade, mas a disputa e a diferenciação.
Os edifícios poderiam ter dez andares, para que o espaço
fosse mais bem ocupado e todas as pessoas pudessem morar, os carros poderiam
ter a mesma potência e cor, para que as pessoas pudessem se locomover com mais
facilidade e segurança, as igrejas poderiam ter os mesmos símbolos e rituais,
para que a espiritualidade fosse o principal motivo da missa, entretanto, na
prática, os edifícios são muito maiores do que deveriam e mesmo assim ainda tem
gente na rua, os carros em nada se parecem e são mais um instrumento de status
pessoal do que um meio de transporte, as igrejas não se comunicam entre si e se
preocupam mais com a formalidade do que com o ensinamento. O que pensar?
“Passaram-se os séculos. As pegadas de cada geração destruíram as pegadas das gerações anteriores. Os deuses antigos abandonaram o país. Outros deuses lhes sucederam. Os majestosos templos da cidade do Sol foram demolidos. Os belos palácios converteram-se em pó. Os jardins verdejantes secaram. Os campos férteis se transformaram em deserto. Subsistiram apenas as ruínas gigantescas, como sombras do glorioso passado” (p.31-32).
O homem possui inteligência, mas não possui sabedoria.
[GIBRAN, Khalil Gibran. As Ninfas do Vale. Editora
Associação Cultural Internacional Gibran, RJ, 1976]
Uma grande ideia não é boa se for mal aplicada.
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