A materialidade é algo recente. Se a gente for
analisar, ela tem cem anos, talvez menos. O carro popular, por exemplo, é uma
idéia norte-americana dos anos 1920. A televisão, o DVD, a geladeira, o
microondas, o computador, todas estas coisas pertencem à contemporaneidade. E é
justamente a produção desta parafernália que faz a economia crescer. “Mesmo na Revolução Industrial as taxas de crescimento não eram altas
pelos padrões atuais. Para se ter idéia, de 1820 a 1950 a taxa global de
crescimento do produto per capita foi de apenas 1,5% a. a. O elevado nível de
atividade, portanto, é recente. Mas, o que determina
este fenômeno? Para pensar esta questão e respondê-la, os economistas utilizam
a metodologia desenvolvida originalmente por Robert Solow, no final da década
de 1950, quando as taxas de crescimento global eram elevadíssimas. O Modelo de Solow
sugere, de um modo simplificado, que o crescimento do PIB é uma função ou
depende do incremento de dois fatores, a saber, capital (máquinas, recursos
financeiros) e trabalho. Ou seja, dobrando o número de trabalhadores e a
quantidade de capital, é razoável supor que o PIB também dobrará. Mas, na
prática, o planeta já esta superpopulado e os recursos naturais já não são
abundantes, logo, o crescimento da economia não pode depender exclusivamente da
duplicação dos fatores produtivos citados. A pergunta, neste caso, deve ser
feita de outra maneira: de que modo aumentar a produtividade de capital e
trabalho sem necessariamente ter de dobrá-los? A resposta depende do ‘estado de tecnologia’. Imagine, por
exemplo, um grupo de secretariado, formado por um dado n° de secretárias. Pense
na tecnologia como computadores. A introdução do primeiro computador aumentaria
de maneira substancial a produtividade do grupo, uma vez que as tarefas mais
demoradas passariam a ser feitas automaticamente pela máquina. Assim, Solow
demonstrou que avanços qualitativos no ritmo de progresso tecnológico contribuem mais para o crescimento econômico do que meros aumentos quantitativos dos capitais e/ou da
força trabalho” (p.205-221).
[BLANCHARD, Oliver. Macroeconomia. Editora Pearson, SP, 5° ed., (adaptado)]
Isto significa que o Estado, quando interfere exageradamente no processo econômico das grandes empresas industriais, favorecendo-as com subsídios de todos os tipos, impede as mesmas de buscarem, pelas próprias forças, a melhora do ‘estado de tecnologia’.
ResponderExcluirPior ainda: quando o setor privado da economia deixa de objetivar a inovação, em decorrência da tutela governamental, o trabalho dos cientistas e engenheiros deixa de fazer sentido e o desenvolvimento assume formas viciadas.
ExcluirTalvez a principal questão da teoria do crescimento seja: quais são os determinantes do progresso tecnológico?
ResponderExcluirHoje em dia a teoria de Robert Solow não retrata bem a nossa economia, pois os recursos naturais estão ficando cada vez mais escassos. Temos que mudar a nossa visão de consumo, sem prejudicar a economia nem o meio ambiente.
ResponderExcluirO que se debate hoje em dia é justamente isto: se a economia e a natureza podem 'conviver em paz'. A chamada 'Hipótese Porter' sugere que, por meio de regimentos ambientais rígidos, as empresas, ao invés de se inibirem, aperfeiçoariam seus processos produtivos, tornando-os mais limpos.
ExcluirSe não preservamos o meio ambiente em vez de sermos uma familia Jetsons, voltaremos a sermos uma familia Flintstones.
ResponderExcluirBem pensado.
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