Um amigo meu, indignado com o tratamento
recebido pelas funcionárias da Biblioteca Pública Municipal de Torres, resolveu
se manifestar. Como freqüentador do local, faço minhas as palavras dele.
Estou indignado.
Vou à Biblioteca
Pública Municipal de Torres, escolho um livro, me sento à mesa e, ao invés de
penetrar na obra, sou invadido por fofocas e asneiras de todas as espécies – as
funcionárias da biblioteca se comportam como se estivessem de férias! O tempo todo
falam sobre novela, sobre doença, sobre a vida alheia, num tom altíssimo, que
impossibilita a leitura.
Eu tentava me
concentrar, contudo, mesmo colocando um protetor de ouvido, eu só escutava a
voz delas. E, o pior, havia, bem na minha frente, um cartaz com os dizeres:
“Faça silêncio”.
Mas, o barulho é só
o começo: o atendimento também é horrível. A gente pergunta sobre algum livro e
nos mandam procurar; a gente pergunta se a biblioteca possui a obra tal e elas
nos respondem “não sei”, com má vontade; metidas, pensam que estão em casa?
As pessoas saem de
lá constrangidas, a falta de educação beira o absurdo!
Aconteceu comigo.
Uma série de livros novos foi adquirida pela instituição, mas a gente pergunta:
- Aquele ali –
apontando para o mural - está disponível no acervo?
E elas respondem,
sem a menor noção:
- Procura.
O usuário retorna:
- Não encontrei.
- Então ainda não
foi catalogado.
- E quando será?
- Quando a fulana de
tal retornar.
- E quando a fulana
de tal retorna?
- Não sei.
Pelo amor de deus,
isto é uma ofensa ao cidadão torrense! Quem fiscaliza aquela instituição?
Porque aquelas funcionárias são tão despreparadas? O que está acontecendo lá
dentro?
Como morador da
cidade, eu gostaria que fossem tomadas providências. Do que adianta possuir um
acervo maravilhoso, num local maravilhoso, com vista para a Lagoa do Violão, se
o atendimento é péssimo e desqualificado?
Quem mais se
prejudica com isto é a cidade, que perde leitores. Quem irá se interessar por
livros num ambiente onde é mal recebido?
Por fim, vale
lembrar que é um dever do funcionário público, segundo a Lei 8112/90:
i) exercer com zelo
e dedicação as atribuições do cargo;
ii) atender com
presteza, ao público em geral, prestando as informações requeridas;
iii) tratar com
urbanidade as pessoas.
Povo torrense,
exerça a sua cidadania!
Assinado: Paciência Tem Limite.
"Cidadães do mundo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser vossas amarras" (Marx).
ResponderExcluirA biblioteca deve ser a representação da diversidade, do acesso à informação, da democracia, e não sinônimo de mal-estar.
ResponderExcluirQuando uma pessoa não se sente bem num espaço público, principalmente dentro de uma instituição tão importante quanto esta, é sinal de que algo vai mal.
Lendo o protesto, me senti na Idade Média, quando o acesso aos livros era privilégio de alguns.
Uni-vos!
Infelizmente seu texto (muito bem escrito, por sinal) é a mais pura verdade. Quando entramos nessa biblioteca somos recebidos com muito despreparo e falta de educação. Você não exagera em nada quando diz que as "funcionárias" parecem que estão em casa, é triste que isto ocorra dentro de um órgão onde a cultura do intelecto devesse prevalecer. Pouca vergonha é pouco. Parabéns pelo seu belo texto.
ResponderExcluirQue situação constrangedora, as funcionarias que deveriam dar o exemplo em fazer silêncio, não cumpre.
ResponderExcluirÉ lamentável que um espaço tão rico em obras e com uma vista tão linda esteja sempre vazio.
ResponderExcluirDe duas uma: ou o povo não gosta de ler ou não se sente à vontade por lá.
Eu não me sinto à vontade.
É importante que se diga que este protesto tem por objetivo defender os interesses da coletividade.
ResponderExcluirTomara que aquilo lá melhore!