Listas com os dez melhores de todos os tempos
são comuns. No entanto, em se tratando de arte, os critérios e as preferências
variam de pessoa para pessoa. Cada um tem a sua lista. Como dizer quais
foram as melhores músicas? os melhores livros? os melhores jogadores de
futebol? os melhores pilotos de F-1? os melhores pintores? Não dá, cada obra
diz uma coisa diferente, possui um estilo diferente, pertence a um contexto
diferente. De qualquer forma, na lista dos dez melhores poemas de todos os
tempos da literatura universal, produzida pelo Jornal Opção, constam as
seguintes textos:
1) O Corvo (Edgar Allan Poe)
2) A Terra Desolada (T. S. Eliot)
3) A Máquina do Mundo (Carlos Drummond de Andrade)
4) Tabacaria (Fernando Pessoa)
5) Poema Sujo (Ferreira Gullar)
6) Cântico Negro (José Régio)
7) À Espera dos Bárbaros (Konstantinos Kaváfis)
8) E Então, Que Quereis?... (Maiakóvskis)
9) Os Estatutos do Homem (Thiago de Mello)
10) Hugh Selwyn
Mauberly (Ezra Pound)
Muitos se perguntam “onde está Bukowski?”,
“onde está Pablo Neruda?”, onde está Gibran?”, “onde, por acaso, está Camões?”.
O professor de Literatua da UFPA, Abílio Pacheco, fez o seguinte comentário à
respeito: “Parece-me óbvio que limitaram a escolha a poemas (líricos?) isolados.
Livros que são um poema (Dante e Goethe, por exemplo) não parecem ter sido
aventados pelo ‘júri’. Também não entendi a ausência de poemas em língua
espanhola”. Como vocês
podem perceber, cada um tem a sua lista.
Encerro com um trecho do poema número nove:
Artigo I
Fica decretado que
agora vale a verdade.
Agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos
pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que
todos os dias da semana,
inclusive as
terças-feiras mais cinzentas,
têm o direito a
converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que,
a partir deste instante,
haverá girassóis em
todas as janelas,
que os girassóis
terão direito
a abrir-se dentro da
sombra;
e que as janelas
devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde
onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o
homem
não precisará nunca
mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará
no homem,
como a palmeira
confia no vento,
como o vento confia
no ar,
como o ar confia no
campo azul do céu.
Concordo. Cada poesia é única e provocada diferentes repercussões nas vidas e emoções das pessoas. Um mesmo poema pode, por exemplo, alegrar ou encher de melancolia a mesma pessoa em diferentes épocas da vida. É impossível, portanto, escolher quais são os melhores poemas de todos os tempos.
ResponderExcluirNa lista dos dez melhores poemas de todos os tempos da literatura brasileira, organizada pela Revista Gula, constam, por ordem:
ResponderExcluir1) A Máquina do Mundo (Carlos Drummond)
2) Vou-me Embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira)
3) Poema Sujo (Ferreira Gullar)
4) Soneto da Fidelidade (Vinícius de Moraes)
5) Via Láctea (Olavo Bilac)
6) O Cão Sem Plumas (João Cabral de Melo Neto)
7) Canção de Exílio (Gonçalves Dias)
8) As Cismas do Destino (Augusto dos Anjos)
9) As Pombas (Raimundo Correa)
10) Invenção de Orfeu (Jorge de Lima)
Onde estaria, por acaso, Mário Quintana?
No livro "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", organizado por Italo Moricone, consta um poema de Mário Quintana:
ExcluirEmergência
Quem faz um poema abre uma janela
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas tem ritmo
- para que possas, enfim, profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.