sábado, 4 de maio de 2013

A Arte como Instrumento Político

Não se consegue mudar o mundo pintando um quadro. Não se consegue mudar o mundo escrevendo um poema ou compondo uma música. A não ser que este quadro, este poema ou esta música atinjam a estrutura política da sociedade.
John Lennon percebeu isto - ele foi o primeiro rockstar a conversar com um chefe de Estado. É fácil de entender o porquê. O ex-beatle deve ter pensado “do que adianta ser contra a guerra e não dizer isso pro presidente norte-americano?”.
A mais ou menos 40 anos era lançado, pela gravadora EMI, um dos mais importantes álbuns já feitos: Imagine. Contendo 10 faixas, entre elas, Working Class Hero (um hino revolucionário “Você pensa que é esperto, sem classe e livre/ Mas você continua sendo um plebeu fodido até onde conseguir ver”), It’s So Hard (uma abordagem existencialista “Você tem que viver/ Você tem que amar/ Você precisa ser alguém/ Mas é tão difícil”), Crippled Inside (aqui ele diz “Somos todos aleijados por dentro”), Oh my Love (com uma atmosfera mais tranquila “Eu sinto sonhos/ Eu sinto a vida/ Eu sinto amor), além da própria canção que dá nome ao álbum Imagine (em ecstasy espiritual “Imagine não existir países/ Nem religião também/ É fácil se você tentar”).
Com esta obra, Lennon nos incita a pensar acerca do que tomamos como natural – nossas crenças, nosso patriotismo, nossas posses – e, então, nos convida a imaginar uma mudança no nosso modo de pensar e agir. Convida não só o jovem rebelde, a mulher romântica ou o fã declarado, mas também o padre, o professor, o político, enfim, toda a estrutura da sociedade.

3 comentários:

  1. Estou cansado de ouvir coisas
    Vindas de arrumadinhos, míopes, hipócritas de mente estreita
    Tudo o que eu quero é a verdade.
    Me dê só um pouco da verdade.

    (John Lennon, in Gimme Some Truth)

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  2. Boa tarde, Diego! Concordo com você quando diz que precisamos refletir sobre o que tomamos como natural. A sociedade esta precisando de mais atitudes, menos hipocrisia, em todos os ramos, mas precisamente, na religião e na política.

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    1. Eu incluiria as redes sociais nesta lista e, de uma maneira geral, a juventude. Penso que deveríamos ser mais revolucionários.

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