Dentro da Literatura
existem nomes imortais,
tidos como insuperáveis, são os chamados "clássicos". Que amante das Letras nunca ouviu falar de Shakeaspeare? de Sartre? de Euclides da Cunha? de Dostoievski? Literato que se preze conhece estes caras e o que eles escreveram. De uma forma ou de outra, sabemos que Romeu e Julieta é uma
história de amor shakespeariana, que Sartre também era filósofo, que Euclides
da Cunha escreveu "Os Sertões" e que
Dostoievski é russo e foi tão famoso quanto o seu compatriota, Leon Tolstoi.
Na estante de livros, procurei por algum deles. Crime
e Castigo, o primeiro que encontrei – tradução de Carlos Heytor Cony, 271
páginas, versão reduzida. Abri. Logo na contracapa uma surpresa “Dostoievski é tido como o fundador do
existencialismo”. Comecei a folhear a obra, curiosamente, tentando
encontrar um vestígio. (As passagens nos revelam muitas coisas). Na terceira ou
quarta encontrei:
"- Por quê? – perguntou Sônia assombrada.
- Eu,
agora, não tenho mais ninguém senão você. Passemos a viver juntos. Venho
buscá-la. Se somos os dois malditos, fiquemos juntos, então.
- Mas...
para onde vamos? – perguntou, assustada, e, involuntariamente, retrocedeu.
- Não
sei. Só sei que havemos de seguir o mesmo caminho, é só o que sei. Ter o mesmo
fim.
- Não
compreendo...
- Haverá
de compreender. Não fez, por acaso, o mesmo que eu? Você também infringiu a
norma, foi capaz de infringi-la. E perdeu para sempre a sua vida. Mas não pode
manter-se assim. Se ficar sozinha, acabara por perder o juízo. Tal como eu. Nós
dois devemos seguir o mesmo caminho. Vamos!
- Mas por
quê?” (p.202-203).
Como diria Sartre "a existência precede a essência".
[DOSTOIEVSKI,
Fiódor. In: Crime e Castigo. Editora
Ouro, Rio de Janeiro, 1960].
Nenhuma pessoa continua sendo a mesma depois de fechar este livro...
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