quinta-feira, 11 de julho de 2013

Que Rumo Tomará o Brasil?

No curso de Economia o estudo da contemporaneidade do sistema produtivo brasileiro vai do último quarto do séc. XIX até meados do séc. XX, quando se inicia o processo de industrialização do país, e se encerra atualmente, no governo Dilma. Neste texto, entretanto, a contemporaneidade será recortada, começa com o governo FHC (1994) e se encerra com as manifestações populares do mês passado.

Fernando Henrique Cardoso controlou a inflação, Lula estendeu a cobertura social, Dilma reduziu os juros – estes foram os principais legados dos respectivos mandatos. Para crescer, porém, os dois presidentes e a presidenta utilizaram-se do mesmo artifício: estímulo ao consumo. Este modelo atingiu o ápice em 2007 e, hoje, encontra-se esgotado – milhões de automóveis, bilhões de celulares, computadores, viagens de avião, geladeiras, televisores, tudo pra todos, em contrapartida, rodovias em farrapos, portos entupidos, falta de mão-de-obra qualificada, aeroportos sobrecarregados, corrupção. O modelo se esgotou e a paciência do povo também. Se a criatividade dos nossos governantes não passar da “via do consumo” para a “via da infraestrutura” a inflação será, eternamente, uma questão mais importante do que o crescimento. (Eis o problema).
E pelo que me parece, nem PT nem PSDB são capazes de atender aos novos anseios do povo. O “modus operandi”, tanto da Esquerda quanto da Direita, está viciado. É preciso uma terceira opção. Já nas últimas eleições isto aconteceu: Dilma (numa ponta) e José Serra (na outra), representando o pensamento tradicional e correto, Marina Silva e Plínio de Arruda (menos visíveis), representando o pensamento alternativo.
Que rumo tomará o Brasil? O rumo da Direita, contrária aos pobres e a tudo o que é público? O rumo da esquerda, que deseja que até os miseráveis se endividem com a compra de carros populares, mas que não constrói ruas? Ou o rumo do pensamento alternativo, que se importa com o meio-ambiente e, pelo menos no discurso, ainda possui ideias criativas?

"Enquanto um povo é constrangido a obedecer e obedece, faz bem; tão logo ele possa sacudir o jugo e o sacode, faz ainda melhor” (p.10).

[ROUSSEAU, Jean-Jacques. In: Do Contrato Social. Versão para eBook (eBooKsBrasil.com), 211 páginas]. 

2 comentários:

  1. Qualquer um na Presidência,
    menos Aécio Neves!

    Para os que gostam de Economia e temas afins, aproveito para sugerir o blog monumental do professor Fernando Nogueira da Costa:
    http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

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    1. Opinião do Professor Fernando Nogueira da Costa a respeito do texto "Que Rumo Tomará o Brazil?"

      Prezado Diego,
      você coloca questões pertinentes a respeito, embora tenhamos pontos de vista diferentes.
      Não me parece que se essa polarização esquerda (PT e aliados) X direita (PSDB e aliados) já esteja superada por um “terceiro caminho alternativo”.
      Quando eu assisti certas dificuldades do meu amigo, Liszt Vieira, atual presidente do Jardim Botânico-RJ, então o primeiro deputado estadual ecologista eleito pelo PT-RJ, entre 1983-1985, discutimos a criação do PV dentro de uma perspectiva de Ecologia Política, que focalizaria não só a relação dos Homens com o Meio Ambiente, mas principalmente a relação desigual dos Homens entre si. Identificávamo-nos como “autonomistas”.
      Logo, no entanto, percebemos que o PV cairia apenas em conservacionismo da natureza e conservadorismo político, embalado em discurso “sonhático”, contra-pragmático, anti-partidário, e personalista, tal como o da Marina Silva, Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis. Estes nos conhecíamos bem, pois eles tiveram participação apenas para “aparecer na foto” na Campanha do Liszt. Também da campanha, Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado estadual pelo PT-RJ, representa mais nossas ideias.
      Minha experiência política em SP e DF, mostrou-me que é necessário muito mais do que “ideias criativas” para conseguir governar o País. Necessita-se de base social massiva, quadros preparados e alianças políticas. Os políticos que você citou não primam por essa capacidade de fazer alianças e buscar apoios políticos na sociedade. Temem macular suas “puras ideias”…
      att.

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