quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Greve dos Bancários

As estatísticas mostram que sem a greve os bancários hoje estariam “comendo o pão que o Diabo amassou”.
Nos anos do governo FHC, quando o movimento não possuía ainda uma unidade sólida, as perdas reais de salário foram significativas, mais na esfera pública do que na privada:
CAIXA ECONÔMICA
PERÍODO
REAJUSTE
INFLAÇÃO
GANHO REAL
1995-2002
26,94%
82,49%
-55,55%

BANCO DO BRASIL 
PERÍODO
REAJUSTE
INFLAÇÃO
GANHO REAL
1995-2002
33,7%
82,49%
-48,79%

BANCOS PRIVADOS
PERÍODO
REAJUSTE
INFLAÇÃO
GANHO REAL
1995-2002
72,8%
82,49%
-9,49%

Como se observa, houve uma forte redução nos salários reais da categoria. No caso da CAIXA, em especial, o poder de compra de seus funcionários foi reduzido em mais da metade durante os anos de neoliberalismo, quando se pregava o “Estado mínimo” na economia. Esta tendência só se inverteu quando a Esquerda assumiu o poder, em 2002, com Lula e, principalmente, quando os bancários, indignados, se unificaram e, a partir de 2003, passaram a fazer greve nacional, de grande repercussão, conduzida por uma “mesa única” de negociações. Não por acaso, a partir de 2004, a categoria deu guinada nos reajustes e, há nove anos, conquista aumentos reais:
BANCOS PRIVADOS, BANCO DO BRASIL E CAIXA
PERÍODO
REAJUSTE
INFLAÇÃO
GANHO REAL
2004-2012
61,0%
49,25%
+11,75%

As coisas funcionam assim, quem não se organiza, quem não reivindica os seus direitos, acaba ficando sem eles. Veja o exemplo dos carteiros, veja o exemplo dos professores, veja o exemplo dos policiais militares, gente que trabalha que nem bicho pra ganhar um salário de fome.
Graças a Deus a Constituição nos permite a greve. Graças a Marx e suas idéias revolucionárias de mobilização da classe trabalhadora, hoje temos direito de receber um salário melhor ou de, no mínimo, reivindicá-lo. Pra mim, as palavras do filósofo alemão soam tão atuais quanto os apelos midiáticos das inovações tecnológicas recentes: “Proletários do mundo, uni-vos!”.

2 comentários:

  1. Dados do Banco Central mostram que, de 2003 a 2011, o lucro do sistema bancário cresceu 250%.

    De que maneira o lucro dos bancos é dividido? Entre 2006 e 2012, 23% foi para o governo, em forma de impostos, 47% para os acionistas e apenas 37% ficou com quem realmente trabalha. Isso é justo?

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  2. A História nos mostra que a Direita é inimiga do povo. Durante o governo FHC a classe dos bancários e tantas outras classes foram surrupiadas. Só com um governo de Esquerda, com Lula, a partir de 2002, é que as coisas começaram a mudar... Meus colegas me dizem que na época do Fernando Henrique quem fazia greve era ameaçado com demissão e que, se a Direita vencesse as eleições de 2002, os bancos estatais seriam privatizados. Você já imaginou o Brasil sem o IBGE? sem a CAIXA? sem a PETROBRÁS?

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