Ao escutar a música “Rio de Janeiro City”, da simbólica
banda “Joelho de Porco”, logo me recorreu, em contraponto, outra música, “Samba
do Avião”, do maestro Tom Jobim.
A primeira inspirou-se na segunda. Mas não a copiou, pelo
contrário, inverteu-a. Enquanto “Samba do Avião”, um dos clássicos da MPB,
cultua e enaltece as belezas da “cidade maravilhosa”, “Rio de Janeiro City”, um
dos clássicos do rock paulista, desconstrói esta “imagem perfeitinha” – são exemplos
dos diferentes pontos de vista que a arte é capaz de oferecer ao observador.
Tom Jobim cita referências cariocas – o aeroporto do
Galeão, a praia de Copacabana, o Cristo Redentor, a vista da Baía de Guanabara,
a morena, o samba – enfim, procura criar uma sensação agradável, deixa
hipnotizar-se pelo que é belo, ouça:
O Joelho de Porco, por sua vez, cita outras referências – o
bang-bang, a “humanidade impossível”, os edifícios encobrindo a paisagem,
mulheres feias, miséria – enfim, faz uma crítica, um deboche, procura criar uma
sensação desagradável, ouça:
Qual das duas interpretações é a melhor? qual das duas é a
mais verdadeira? Não sei. Pra mim, uma completa a outra - viva a música
brasileira! viva a diversidade de idéias!
Essa mesma banda - Joelho de Porco - fez também uma paródia da bossa-nova. Ouça: http://www.youtube.com/watch?v=AyiAgWdtEKQ.
ResponderExcluirObservação: a música chama-se "Cagar é Bom Demais".