quinta-feira, 21 de março de 2013

Índice de Desenvolvimento Humano

O objetivo da criação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi o de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Entretanto, é necessário dizer que o IDH não abrange todos os aspectos da ‘felicidade’ das pessoas, nem indica o ‘melhor lugar do mundo para se viver’ (fonte: www.pndu.org.br).

Ao visitar o Museu da Cerveja em Blumenau, recebi 
um panfleto informativo sobre as características das cidades do Vale Europeu. Uma semana depois, quando fiquei sabendo que iria trabalhar em Timbó/ SC, me lembrei do panfleto. Segundo o informativo, Timbó fora classificada pela ONU como a décima melhor cidade do Brasil para se viver. Fui descobrindo o porquê disto aos poucos.
Começa pelo nome do supermercado do lugar, que 
não se chama nem Carrefour nem Big, mas Schütze, com trema no ú. Um nome alemão para uma localidade alemã, o que reforçou a minha idéia de que aquela era uma comunidade vinculada às suas raízes. Lá dentro me interessou uma subdivisão que havia no setor de pães e bolos, uma subdivisão intitulada ‘produtos de segunda linha’, reforçando a idéia de uma ‘boa moral’. O horário de funcionamento também era diferenciado. O Schütze fechava às 21 hs durante os dias comerciais, no sábado às 19 e não abria aos domingos. A título de comparação, em Torres/RS, cidade com os mesmos 35 mil habitantes, os supermercados fecham às 22 hs, inclusive aos sábados, funcionando até às 12 hs aos domingos, às vezes, também, aos feriados. Isso significa que o ‘regime de exploração da mão-de-obra assalariada’ é bem menos intenso em Timbó.
O que pode ser explicado, em parte, pela brutal diferença entre as rendas das regiões. Enquanto Torres produz 11 mil (per capita) anual, Timbó produz 23 mil – uma ‘cidade rica’ é capaz de gerar empregos decentes para seus moradores, a ‘cidade pobre’, por sua vez, além de não gerar todos os empregos necessários, absorve boa parte de sua mão-de-obra assalariada com sub-empregos.
A boa qualidade do comércio se reflete de um modo geral. Há um restaurante que, em horários de almoço, serve buffet livre por 15 reais o quilo. Na minha cidade natal o preço de uma carne comum custa isso, quer dizer, não há uma cultura da exploração ou, se há, ela é amena – a idéia de enriquecer sem trabalhar duro parece não fazer parte dos timboenses.
A boa disposição do povo para ajudar também se nota. Eles são fechados, pouco afetuosos, mas, se você precisa, eles ajudam – frequentemente os desconhecidos me cumprimentam na rua e até param pra conversar comigo.
Para finalizar, a infra-estruturara de saúde e a qualidade do ar que se respira. Só na rua onde eu me instalei encontram-se estabelecimentos médicos de todos os tipos – pele, cardiologia, dentista, laboratorial, do trabalho – além do hospital da cidade. O ar puro, por sua vez, se deve à infinita quantidade de árvores. Por estar dentro de um vale, Timbó dispõe de muitas regiões remotas, onde a ‘civilização não chega’, e que, por isto mesmo, permanecem como regiões de um verde florescente.

[Contra Timbó pode-se citar a mentalidade interiorana: gente que vive num lugar bom, mas que não se importa com o que acontece fora dali].

2 comentários:

  1. IDH dos Municípios Brasileiros

    De acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2003 (Censo 2000)

    1º - São Caetano do Sul - São Paulo - 0,919

    2º - Águas de São Pedro - São Paulo - 0,908

    3º - Niterói - Rio de Janeiro - 0,886

    4º - Florianópolis - Santa Catarina - 0,875

    5º - Santos - São Paulo - 0,871

    6º - Bento Gonçalves - Rio Grande do Sul - 0,870

    7º - Balneário Camboriú - Santa Catarina - 0,867

    8º - Joaçaba - Santa Catarina - 0,866

    9º - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - 0,865

    10º - Fernando de Noronha - Pernambuco - 0,862

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    1. Não sei, mas no panfleto dizia: "Timbó, a décima melhor cidade do Brasil para se viver".

      Teu ranking tá errado!

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