sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O que é Justin Bieber?

Há três respostas para esta pergunta.
A primeira esta relacionada ao pop-star. Bieber é hoje o que foram Michael Jackson, Elvis Presley e Madona, e, de acordo com a tradição, deve se comportar excessivamente, fazer coisas proibidas, mudar o penteado, vestir-se com extravagância, dar entrevistas polêmicas, afinal, tudo isto vende. Porém, se por um lado Bieber é uma ótima jogada de marketing, por outro é um péssimo artista, contrastando com seus antecessores. Ele não impressiona cantando, tem uma voz fina e sem volume, como dançarino ele parece uma imitação, é um compositor medíocre, aborda temas batidos, e como instrumentista é frágil. Em resumo: como pop-star Bieber não passa de uma jogada de marketing.
A segunda resposta esta relacionada ao socialite. Neste campo o canadense se destaca. Ele consegue ser notícia com as festinhas que promove, com a maconha que fuma, transando com fãs e prostitutas, freqüentando baladas ou até mesmo quando atira uma bandeira para fora do palco, como aconteceu em seu último show, na Argentina. Tudo o que ele faz ou deixa de fazer vira notícia instantaneamente, como se o mundo aguardasse com ansiedade por qualquer manifestação sua, boa ou ruim. Neste sentido, Bieber é insuperável – ele arrasta multidões de jovens adolescentes histéricas, megaestruturas para eventos gigantescos, a indústria da moda, a indústria do entretenimento, enfim, para os olhos irracionais e famintos da sociedade de consumo, o canadense é a “cereja do bolo”.
A terceira resposta esta relacionada ao serumano. Bieber tem apenas 19 anos de idade e, consigo, carrega o peso de ser o ídolo de uma geração, o peso de ser o alvo da mídia sensacionalista, o peso de não possuir uma educação moral, o peso de não compreender o que se passa ao seu redor.

Justin Bieber não deveria ser uma referência cultural, mas é. Não havia ninguém para ser ídolo, então, sem perder tempo, o mundo dos negócios inventou este personagem. Criou-o à imagem e semelhança de nossa época, isto é, sem conteúdo. “Não há mais o que dizer, a sociedade do espetáculo chegou ao fim. Bieber representa, literalmente, o pós-espetáculo, ou algo muito pior” (p.158).

[SILVA, Juremir Machado da. A Orquídea e o Serial Killer. In: A nova Sandy. Editora: L&PMPocket, Porto Alegre, 2012 (parafraseado)]

Um comentário:

  1. Bieber me faz sentir saudades do movimento punk: "Eu não preciso de um Rolls-Royce, eu não preciso de uma casa no campo, eu não tenho que morar na França. Eu não tenho heróis do rock. Eles são desnecessários. Os Stones e o The Who não significam nada para mim; eles estão estabilizados. Os Stones são mais um negócio do que uma banda." Johnny Rotten (Dezembro de 1976)

    Como diz uma brincadeira que estão fazendo na internet: "Deus, leve Bieber e nos devolva Kurt Cobain".

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