sábado, 11 de abril de 2015

Em busca da Iluminação

Desde de que li Sidarta, de Hermann Hesse, me tornei um admirador da doutrina budista. O motivo é um só: a conexão com a realidade. Enquanto o ideal cristão constrói-se com base em deuses, semideuses e espíritos, o budismo constrói-se com base na figura do mestre; enquanto o ideal cristão confere ao homem um papel central, o budismo iguala todos os seres vivos; enquanto o ideal cristão considera a felicidade como algo que pode ser alcançado somente após a morte, o budismo considera a felicidade como algo que pode ser alcançado ainda em vida.
título deste blog, ao contrário do que se possa imaginar, não faz referência à racionalidade cartesiana, mas à meditação budista que, por conceito, divide-se em duas fases: a samatha, que estimula a concentração, e a vipassana, que conduz ao entendimento. Assim, voltando-se para dentro de si mesmo, entrando em contato direto com sua natureza emocional, o homem – uma vez que conseguisse se organizar nesse sentido – teria mais lucidez para interagir com o mundo externo. Em outras palavras, partindo de uma conquista pessoal, já que os benefícios da meditação não podem ser atingidos sem esforços, o sujeito se credenciaria às práticas exigidas pela vida.


Os budistas ainda creem num ciclo de nascimento, morte e reencarnação. Esta última vai depender do carma (ações); logo, se a pessoa fizer boas ações, terá um bom carma e, consequentemente, uma reencarnação favorável. A existência, neste caso, iria diminuindo. O homem bom, numa segunda vida, se tornaria um gato; numa terceira vida, um hamster; numa quarta vida, uma borboleta... até desencarnar, até atingir o nirvana final. Deriva daí a máxima “não faça mal nem a uma mosca, pois a alma de sua avó pode estar nela”.
Em um vídeo que assisti, um mestre budista diz: "O que importa é a sua própria investigação. Você deve conhecer a realidade, não importa o que a escritura diz. No caso de haver um contradição entre, digamos, a Ciência e os ensinamentos sagrados, então você deve confiar na descoberta".

Um comentário:

  1. A base do ensinamento budista está nas Quatro Nobres verdades:

    - toda existência é insatisfatória e cheia de sofrimento;
    - o sofrimento deriva do desejo ou apego e da ignorância;
    - o sofrimento pode cessar por completo, eliminando-se o desejo e a ignorância, e isto é o nirvana;
    - tudo pode ser alcançado através dos Oito Caminhos.

    Oito Caminhos:

    1) compreensão correta;
    2) pensamento correto;
    3) fala correta;
    4) conduta correta;
    5) ocupação ou meio de subsistência correto;
    6) esforço correto;
    7) concentração ou atenção correta;
    8) contemplação correta.

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